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terça-feira, 17 de janeiro de 2012

Lancer Sportback é o 'mini Evo'


Diminutivos, em certos casos, podem soar ofensivos. Não é o que acontece quando a referência em questão é o Mitsubishi Lancer Evolution X, um mito entre fãs de esportivos. Por isso, chamar o Lancer Sportback Ralliart das fotos de “Mini Evo X” não chega perto de desqualificá-lo. Pelo contrário: lembra que você pode ter nas mãos o mesmo DNA do sedã tetracampeão do WRC (Mundial de Rali) em uma embalagem mais “econômica”.


Sim, “econômica”, entre aspas mesmo, já que não dá para chamar um carro de R$ 149.990 de barato. Mas não saia por aí dizendo que ele é caro antes de saber o que traz este Sportback – chamá-lo de hatch é arrumar briga com os designers da Mitsubishi, pode acreditar. A carroceria de quatro portas e porta-malas de 450 litros vem recheada com motor 2.0 turbo de 250 cv de potência a 6.000 rpm e 35 kgfm de torque entre 2.500 rpm e 4.275 rpm, câmbio de dupla embreagem, tração integral e diferencial central ativo com escorregamento limitado na frente e atrás. É um pacote capaz de levar o hatch (opa, Sportback!) de 0 a 100 km/h em 7,1 segundos e a 220 km/h de velocidade máxima.


“Legal, mas ele tem a pegada do Evo X?”, deve estar perguntando você. Sim, mas com algumas ressalvas. É preciso lembrar que o Evo tem 295 cv e 37,3 kgfm (o motor é o mesmo do Sportback, mas a turbina do sedã é maior), ou seja, a tocada na cidade é parecida, já que o torque é apenas 6,6% superior, mas o Evolution grita bem mais alto com seus 18% de potência extra na hora de esticar as marchas.


Ah, um dado que talvez acabe com as comparações entre os dois na sua cabeça: o Sportback Ralliart é R$ 60.000 mais barato que o Evolution X. Com uma economia de mais R$ 3.630, você pode comprar um Fiat Punto T-Jet para usar no rodízio. Chique, não?

A “arte do rali”

Quem construiu o Sportback tem história para contar. A preparação esportiva do modelo ficou a cargo da Ralliart, divisão da Mitsubishi responsável pelo desenvolvimento de componentes e veículos de alta performance que ostenta nada menos que quatro títulos no WRC e 12 no Rally Dakar.

É deles o acerto do câmbio de dupla embreagem, que traz borboletas no volante e dois modos de condução (Normal e Sport). Rápido como todo bom dual clutch, o do Sportback tem um modo a menos que o do Evo (ele não traz a opção Super Sport), mas não decepciona.

É inteligente trabalhando na cidade e estica as marchas com gosto quando exigido em condução esportiva. E quer saber uma coisa? Fora de um autódromo, o modo Super Sport não faz falta. Ele estica todas as marchas até o fim mesmo que você não esteja com o pé no fundo do acelerador e faz reduções tão ousadas quanto as de um piloto de corridas. Convenhamos: não é necessário em uma estrada.

Já a tração AWD (all-whell drive, ou tração em todas as rodas) do Sportback conta com os mesmos recursos do Evolution X. São três modos de operação: Tarmac (para superfícies secas e com boa aderência), Gravel (para condução em pisos como cascalho ou sob chuva) e Snow (para neve ou lama).

Os candidatos a Tommi Mäkinen (tetracampeão com o Evo X no WRC) ainda tem à disposição o sistema de diferencial central ativo, que administra a diferença entre o torque das rodas dianteiras e traseiras, controles de tração e estabilidade e sete airbags (dois frontais, dois laterais, dois do tipo cortina e um para o joelho).

Com tudo isso a bordo, você poderá fazer curvas de serra sem medo de ser feliz ou visitar o guard-rail – desde que mantenha uma velocidade prudente, obviamente.

No trecho de serra próximo à cidade de Sousas (SP) em que o iG Carros avaliou o Sportback, o Lancer provou que é um esportivo de estirpe refinada, acelerando e freando com competência impressionante. O acerto direto e preciso da direção e a suspensão, que passa longe de ser uma “tábua”, também deixaram ótima impressão.

Seus R$ 149.990 ainda compram sistema multimídia com tela de 7 polegadas, GPS, Bluetooth, USB, câmera de ré e entrada auxiliar para iPod, faróis bi-xenônio, controlador de velocidade de cruzeiro (piloto automático), bancos de couro com aquecimento, ar-condicionado automático, faróis com sensores de luminosidade e limpadores de para-brisa com acionamento automático. O teto solar é opcional.

O único senão do Lancer Sportback Ralliart é o acabamento, inferior ao que se espera de um carro deste valor. A ressalva, aliás, também foi feita na avaliação do Lancer GT.

Para órfãos do Civic Si

Como (infelizmente) se sabe, a nova geração do Civic não terá versão Si no Brasil. De acordo com a Honda, como o esportivo ganhou motor 2.4, o valor do IPI (Imposto sobre Produtos Industrializados) elevaria o preço a um valor pouco competitivo no Brasil. Uma pena, já que o Si anterior é o melhor esportivo fabricado em território nacional.

O Sportback pode ser uma alternativa aos órfãos do modelo, que tinha preços acima de R$ 100.000 e ainda tem unidades à venda por menos de R$ 90.000. Apesar do câmbio automatizado (o Si é manual), o Lancer é bem superior ao Honda tanto em números de desempenho como em sensações ao volante – e não poderia ser diferente, dada a diferença de concepção e valores entre ambos.

No mercado brasileiro, o Sportback ainda briga com o Audi A3 (R$ 121.000; 200 cv), o MINI Cooper S (R$ 128.750; 184 cv) e o Subaru Impreza WRX (R$ 270 cv; R$ 130.000). Está aí uma "dorzinha" de cabeça que não faz mal a ninguém.
Fonte: iGCarros

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